segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crise.


Crise

O cardápio da semana estanca o famigerado sangue da idolatria. Sem corrosões. Sem evidências. Sem caprichos. Mas, com maldições ordinárias que ostenta o declínio da espécie e sua corja de derivados.

O melodrama do comum. A antipatia do sentimento podre e condensado. A graça do feio rodeado de apontamentos bonitos e glicerinados. A roda dos culpados e suas crises de meia estação.

Este é o aglomerado de caprichos enraizado na herança dos bastardos. Sem sombra da cultura sólida, sem crepúsculo e carentes de movimentos regrados no imaginário.

Neste cardápio o paladar é comprometido e sintetizado no mais alto teor do mau gosto. Despido do acaso, beirando o insosso no bailar das “porventuras” e ilusões forjadas.

Crer nos ensaios sem diálogos. Conviver no paralelo do ocultismo, da lamentação... Na busca do deus de farda e da redução dos pecados em lote.

Descrente do pacote de riquezas e das vaidades tatuadas, a dissonância se faz presente lecionando para a demência da pele e para o abstrato da alma.

Fabiano Miranda

2 comentários:

Daniel Franco disse...

Cardápio pra que te quero. Melhor falar sem dizer palavras do que ostentar mentiras viris através do tempo.

doce de pimenta disse...

teu texto é hermético.

gosto disso.

palavras em versos não são de se entender.
são de sentir.