segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crise.


Crise

O cardápio da semana estanca o famigerado sangue da idolatria. Sem corrosões. Sem evidências. Sem caprichos. Mas, com maldições ordinárias que ostenta o declínio da espécie e sua corja de derivados.

O melodrama do comum. A antipatia do sentimento podre e condensado. A graça do feio rodeado de apontamentos bonitos e glicerinados. A roda dos culpados e suas crises de meia estação.

Este é o aglomerado de caprichos enraizado na herança dos bastardos. Sem sombra da cultura sólida, sem crepúsculo e carentes de movimentos regrados no imaginário.

Neste cardápio o paladar é comprometido e sintetizado no mais alto teor do mau gosto. Despido do acaso, beirando o insosso no bailar das “porventuras” e ilusões forjadas.

Crer nos ensaios sem diálogos. Conviver no paralelo do ocultismo, da lamentação... Na busca do deus de farda e da redução dos pecados em lote.

Descrente do pacote de riquezas e das vaidades tatuadas, a dissonância se faz presente lecionando para a demência da pele e para o abstrato da alma.

Fabiano Miranda

domingo, 11 de julho de 2010

Em doce e Mel.


Em doce e Mel.

Na Teoria dos Campari's e Almodóvar's, o sentimento é precavido e ambicioso.
Um tanto moderno para o que entedemos sobre os novos padrões de degustação.

Em doce e mel tem um corpo enfeitado; Um boneco mimado; Uma teta instigada e um pingado matinal.

É poético e funciona como anestésico!

Amnésia polida, situação aplaudida.
Detalhes que se repele e nem sempre é coisa de pele.
Podendo ser Dantelle, Rondelli ou canções de Cibelle, que vestia corpete com laços e estampava sua rinite na face com marcas de espinha.

É protesto com efeito poético!

O pecado ficou no banco de trás e a menina, que dita na rima, saiu da neblina e dormiu nas esquinas.

Em verdade reina o protesto sem efeito, que perde o sigilo para o coração que nega!

Fabiano Miranda.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Canção para Otávio


Canção para Otávio

Faça de conta que o sentimento é alheio.
Que a dor não pertence a você e nem a ninguém.
A luz se apaga no instante que a dúvida gera a sensação de nobreza,
Enquanto o desfecho é aguardado em banho Maria
E a culpa torna-se singela e inodora.

Não existe coragem que recupere a memória escrava.
A oração não cura o pecado mas te leva a loucura completa.
É difícil acreditar, o coração dispara e desaparece.
Ainda sinto o cheiro prolixo do ontem, sabia?
Falta personagem, falta ilustração, falta decorar o texto, falta você no ponto de luz.

Olha a foto que foi minha. Como mudou o cenário, o meu cabelo, a sua roupa.
A Vaidade é a moda da casa. Todo mundo tem, todo mundo usa, mas assumir é proibido.
Hora de ir prá casa. Não tem mais ninguém do outro lado.
Minha roupa amassou e não foi pesadelo.
A saudade está no espelho, e agora? Posso voltar amanhã e continuar de onde parei?

Fabiano Miranda.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Escrito, empoeirado.


Escrito, empoeirado.

O conforto da pele é desmentido pela melodia
Que baila nos olhos carentes e escama os anos de vida carimbados na face.
É tudo questão de essência.
Sustenta a magia e adormece nos cantos, sem encantos.
Tudo é assim. Não consigo explicar!

Parece claro, palpável
Quando na verdade a sensação se perde e flutua no imaginário
Causando o extremo dissonante.
Invisível, ignorante.
Tudo é assim. Existe, pra variar!

A janela está úmida. Inválida. Carente do sol.
A oitava nota adoeceu e a dança envolvente é apenas um diálogo.
A canção virou ruído e meu corpo não passa de uma triagem do tempo.
Licor diluído em mercúrio pra sanar a dor.
Tudo é assim. Imaginar já é demais!

O prato está na mesa, juntamente com o copo trincado
Sinto-me a vontade a recuar e desmentir o que estou vendo.
A platéia nunca foi suficiente e o show nunca existiu
Restou o timbre encolhido e a paciência perdida.
Tudo é assim. Escrito, empoeirado!

Fabiano Miranda.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Medo do Escuro.


Medo do escuro.

As vezes a brisa me abana e vai embora.
As vezes sinto-me abandonado; sem perfil; como uma aquarela borrada.
As vezes sinto tanta coisa(...)
Tanta coisa(...)
Fico tão sem graça que desapareço.

As vezes vejo vultos e me apego ao terço da virgem de fátima.
As vezes rabisco palavras no imaginário e descubro pegadas na parede.
As vezes sinto tanta coisa(...)
Tanta coisa(...)
Fico sem graça e continuo desaparecendo.

As vezes imagino boneco de neve.
As vezes penso no que tem atrás da porta; dentro do copo; na planta do quintal.
As vezes sinto tanta coisa(...)
Tanta coisa(...)
Fico sem graça que desapareço e continuo.

Fabiano Miranda.

sábado, 8 de maio de 2010

Cereja.

Neste mundo quadrado
descobri uma cereja, deliciosa cereja!
Unha e carne, instrumento de desejo ...
Quase termino a rotina em pânico. Cruzes!

Cereja, minha ambição.
Calda nutrida, paisagem antiga.
Partes recentes da modernidade.
Sentimento, porra!

Existiria malícia?
Influência aguda?
Nesta calda já me afoguei, sabia?
Paciência, senhor moço!

Termino a quaresma como ânsia quadrada.
Sentado nas cores da cereja.
Me abandono,
Te procuro!

Fabiano Miranda.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não revelado.


Você se assusta com o barulho do trem?
Vive trancada em 24 polegadas multi-coloridas e adormecida em veneno de barata.
Só da sinal de vida quando o assunto é desgraça.
Há sintomas de agressão no seu pequeno copo, marcas de batom por toda parte e uma garrafa de bebiba pela metade.
O que andou fazendo?
Cadê aquela carinha de boneca gaúcha, que me mandava beijos quando o abajour trasmitia sombras medonhas e pertubava meu sonho aveludado? cadê?
Veja o meu anel dourado, ele pesa algumas gramas. Se quiser pode ser seu!
Todas as noites antes de dormir eu o retiro do dedo e mergulho num copo americano com água, pois minha tia contou que fazendo isso estou motivando os carneirinhos a cantar e dançar durante os sonhos.
Taí, um sonho!
Desejo-lhe um sonho daqueles de 1985. Coisa linda, vale a pena. Aceite, por favor!

Fabiano Miranda.

Sonho de palhaço.


Tudo é tão escuro por aqui.
Meus olhos fervem, talvez de medo ou satisfação, não sei!?
Pois ainda ontem argumentava com meus botões, que um velho palhaço aparece em meus sonhos todas as vezes, que a lanterna que brilha no monte se apaga e a pilha do rádio se esgota.
O engraçado é que quando faz frio, fico com muito medo e com dor de cabeça.
(...)
O fácil seria colorir esse sonho, como se fosse uma foto novela que jamais saiu do papel. Seja com lápis de cor, caneta, giz de cera ou até mesmo com meu sorriso amarelo, que tem brilho intenso e cor de ouro.

Mas falta-me coragem, não tenho esperança de sucesso!

O mais coerente neste momento seria cortar o pescoço e dar-se nó nas tripas, mas a perfeição é o retrato da ignorância e não nos permite ter nenhuma certeza sobre absolutamente nada.

A única certeza que tenho agora é que tudo continua escuro e o palhaço está no mesmo lugar de todas as noites!

Fabiano Miranda.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Abandono de Madalena Dias.

Aqui está a essência disciplinada de Madalena Dias.

Um clima ameno, na beira do poste de luz clara e amarelada, encontra-se.
Trajando uma saia florida e uma blusa de tricot esverdeada, vai em busca do buraco misto de dúvidas que deixou em algum canto da cidade pálida como osso sem carne.
Um sintoma de culpa pairava no mais alto nível de sua pulsação.

Um sinal de fogo.
Na sacola de linho, uma centença mastigada que fere e resulta no esquecimento do amor nunca sentido.
Cadê todos os homens de primaveras atrás?
Homens que visitavam seu paladar no mais alto luxo que possa imaginar, mas no momento mais triste dessa E-stória, desaparecem sem deixar a esssência climática envaidecida.

Lágrimas banham o lado sombreado de seu rosto, na esperança de encontrar o belo no mais esmero estado.

Madalena, carinhosa e esquecida?

Mas onde andará a cura para tanta moléstia?
Santidade castigada pela intrepidez de ser vistosa e memorável.
Alguma dúvida nos remeteu a esse ladrilho de mosaico.

Confuso.
Variegado.
Demasiado.

Alguém salva?

Fabiano Miranda.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Hoje é dia de Maria.


Hoje é dia de Maria.

Trouxe tudo...
Bolo
Brigadeiro
Maçã do Amor
Gelatina
Bexiga.

Tudo prá ficar animado...
Língua de Sogra
Chapéu
Saquinho de doces
Maria mole
Quindin
Cd do Franz Ferdinand.

Tá todo mundo aí?
Fecha a porta
Apaga a luz
Silêncio
Maria está chegando

Parabéns pra você...

E Prá Camila nada...

A essência está nos cantos mais escondidos e corridos da face da terra.
Muita gente passa por aqui, deixa saudade, apaga a vela e vai embora!
Este não é mais um caso, trata-se de Camila Maria uma senhora, com cara de garota e jeito de bebê.
Existe uma pessoa assim?
Existe!
Meus dias estão na beira do lago, louco para achar um tempo vago e levar meus amigos para correr pelo planeta!

Viva a Camila.