segunda-feira, 24 de maio de 2010

Escrito, empoeirado.


Escrito, empoeirado.

O conforto da pele é desmentido pela melodia
Que baila nos olhos carentes e escama os anos de vida carimbados na face.
É tudo questão de essência.
Sustenta a magia e adormece nos cantos, sem encantos.
Tudo é assim. Não consigo explicar!

Parece claro, palpável
Quando na verdade a sensação se perde e flutua no imaginário
Causando o extremo dissonante.
Invisível, ignorante.
Tudo é assim. Existe, pra variar!

A janela está úmida. Inválida. Carente do sol.
A oitava nota adoeceu e a dança envolvente é apenas um diálogo.
A canção virou ruído e meu corpo não passa de uma triagem do tempo.
Licor diluído em mercúrio pra sanar a dor.
Tudo é assim. Imaginar já é demais!

O prato está na mesa, juntamente com o copo trincado
Sinto-me a vontade a recuar e desmentir o que estou vendo.
A platéia nunca foi suficiente e o show nunca existiu
Restou o timbre encolhido e a paciência perdida.
Tudo é assim. Escrito, empoeirado!

Fabiano Miranda.

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